A justia tunisina ordenou hoje a libertao da ativista do grupo Femen Amina Sboui que ir aguardar em liberdade o julgamento do seu processo por profanao de cemitrio, disse um dos seus advogados, Halim Meddeb, agncia France Presse.
"Ela será libertada dentro de algumas horas. Não esperava", disse o advogado, precisando que se mantém contra a jovem a acusação de profanação de cemitério por ter escrito a palavra "Femen" num muro para denunciar uma concentração de salafistas.
"É uma grande surpresa", sublinhou o advogado, adiantando que a libertação foi ordenada pelo tribunal de Sousse, cidade a cerca de 140 quilómetros de Tunes.
"É um alívio, prova que pelo menos uma parte da justiça tunisina é independente", comentou outro dos advogados da jovem, Ghazi Mrabet.
A mãe de Amina mostrou-se feliz com a decisão, considerando que a justiça mostrou ser independente.
"Estou feliz, por fim vou ter a minha filha nos braços", disse.
A justiça tunisina tinha já decidido na segunda-feira arquivar um processo por difamação e desacatos contra a ativista, mas manteve a detenção da jovem tunisina para responder por acusações de posse ilegal de spray e profanação de cemitério.
A acusação por difamação e desacatos juntou-se às outras duas quando a jovem já estava a ser julgada e acusou os guardas prisionais de torturarem os reclusos na prisão onde se encontrava detida.
Amina Sboui, também conhecida por Amina Tyler, está detida desde maio depois de ter escrito a palavra "Femen" no muro de um cemitério na cidade de Kairouan em protesto pelo congresso anual que os salafistas tunisinos pretendiam fazer naquela cidade e que acabou por ser proibido pelo Governo.
Posteriormente, foi acusada de posse ilegal de um spray de defesa pessoal.
Amina chocou a Tunísia em março ao publicar fotos em "topless" na Internet.
A detenção de Amina desencadeou um amplo movimento de solidariedade na Tunísia e no estrangeiro, com organizações não-governamentais, opositores e ativistas dos direitos humanos a encararem a detenção como uma prova do puritanismo que os islamitas do Ennahda, que governa o país, querem impor na Tunísia.
Três militantes europeias da Femen chegaram mesmo a estar detidas em Tunes durante algumas semanas por terem protestado em "topless" junto a um tribunal pela detenção de Amina.
O movimento feminista Femen, fundado na Ucrânia e atualmente baseado em Paris, realiza há vários anos ações de protesto em que as ativistas mostram os seios para denunciar a discriminação das mulheres.
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Via: rtp.pt
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