Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em Madrid contra o aborto, um protesto interrompido por cinco ativistas do grupo feminista Femen, com mensagens pró-aborto escritas no peito, que foram detidas pela polícia.
A manifestação partiu pouco antes do meio-dia da praça da Puerta del Sol e segui pela rua Alcalá. Segundo a agência EFE, as cinco ativistas da Femen esperaram junto de um cruzamento daquela rua, uma das principais de Madrid, e quando a marcha se aproximou despiram-se da cintura para cima para mostrar e gritar mensagens como "O aborto é sagrado" e "Liberdade para abortar".
Os manifestantes, muitos dos quais envergavam t-shirts encarnadas com a frase "Direito à vida", foram convocados por grupos conservadores para exigir alterações à lei de 2010 que descriminalizou o aborto.
Alguns enfrentaram as ativistas, lançando-lhes 'spray' encarnado e gritando "abortistas terroristas", antes de a polícia chegar ao local e as deter.
"Foi um espetáculo lamentável. Tive de agarrar as crianças porque elas queriam ir a correr ver o que se passava. Todos temos direito a protestar, mas com senso", disse um dos manifestantes, Arturo Tardio, de 55 anos, à agência France Presse.
O governo espanhol, de direita, prometeu tornar a lei do aborto mais rígida, mas o projeto tem sido adiado com a imprensa a dar conta de divisões no Partido Popular.
A lei, aprovada pelo governo socialista em 2010, permite o aborto até às 14 semanas de gravidez ou, em caso de risco de saúde para a mãe ou de deficiência grave do feto, até às 22 semanas.
O atual governo não anunciou até agora o que pretende mudar na lei, mas o ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardon, encarregado da alteração, disse que o aborto deve ser proibido nos casos de deficiência do feto.
Via: dnoticias.pt
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