Três mulheres do grupo Femen, de topless, avançaram nesta terça-feira (10) e se jogaram sobre o carro de Dominique Strauss-Kahn, na chegada do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao seu julgamento por proxenetismo (incentivo à prostituição) no Tribunal de Lille, no norte da França.
Gritando "clientes de prostitutas declarados culpados", as três ativistas pegaram de surpresa os policiais em frente ao tribunal. Uma delas chegou a escalar o capô do sedan com vidros escuros que transportava Strauss-Kahn e as outras duas cercaram o veículo antes de serem todas detidas.
Ex-diretor do FMI, por muito tempo apontado como favorito para a eleição presidencial de 2012 francesa, negou nesta terça-feira ter desempenhado qualquer papel de "organizador" nas festas libertinas durante audiência de seu julgamento por proxenetismo.
"Eu me considero em nada organizador dessas noites. Eu não tinha tempo para organizar qualquer evento", declarou na audiência o ex-político francês, que pode pegar até 10 anos prisão se for condenado pela acusação de proxenetismo agravado o qual ele é acusado, juntamente com outros 13 réus.
A audiência começou pouco antes das 10h GMT (8h de Brasília), com a leitura pelo tribunal de uma carta enviada pelo próprio Strauss-Kahn a especialistas psiquiátricos encarregados de analisar sua personalidade.
"Eu não cometi nenhum crime ou delito", ele escreveu.
Ele negou então diante dos juízes qualquer "atividade desenfreada", referindo-se às festas libertinas organizadas por um círculo de amigos, na presença de prostitutas recrutadas para agradá-lo, o que provocou o indiciamento com outras 13 pessoas.
"Quando lemos o ORTC (a ordem de comparecimento perante o tribunal criminal) temos a impressão de uma atividade frenética", em que as datas são misturadas de maneira imprecisa, lamentou Strauss-Kahn. "Não houve nenhuma atividade desenfreada", acrescentou.
Durante três dias, ele deverá encarar ex-prostitutas recrutadas para essas festas, que descreveram durante a investigação as travessuras sexuais.
Strauss-Kahn sempre alegou ignorar que suas parceiras eram prostitutas, dizendo tratar-se de uma simples libertinagem consentida entre adultos.
O ex-diretor do FMI pode ser condenado a uma pena máxima de 10 anos de prisão e uma multa de 1,5 milhão de euros por proxenetismo agravado neste julgamento.
- Foto: Philippe Huguen/AFP
- Fonte: France Presse
- Postador: Surgiu TO
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Via: surgiu.com.br
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