Conhecido por suas criações minimalistas, o estilista americano inova no catwalk com um grupo de 40 step dancers de Washington D.C. A performance das bailarinas mostra como Rick Owens apostou na autenticidade e na moda feita para mulheres fora dos padrões estabelecidos.

Segundo o próprio designer, "A questão toda era fazer as pessoas olharem e se sentirem bonitas. Se uma garota não se sentir confortável com alguma coisa, nós não fazemos, nós queremos que elas se sintam poderosas", afirma Owens. A apresentação revela a intenção do estilista, ao som de música extremamente percussiva em coreografia intensa, que ainda contava com interpretações faciais de raiva e revolta.

Com uma verdadeira ode à diversidade, a marca apresentou suas peças com modelos brancas, negras, asiáticos, árabes, de diferentes etnias, que também exibiam silhuetas próximas às de pessoas comuns.

A coleção apresenta paleta de cores em tons neutros, preto, branco e bege, em peças monocromáticas. Nas matérias-primas, muito couro e tecidos "rígidos" como o linho. Nas modelagens, peças que lembravam uniformes de freira e enfermeiras, com mood sportwear.

A beleza foi pensada para conferir mais dinamicidade e dramaticidade aos movimentos. Os cabelos apresentados em quatro estilos diferentes foram produzidos pelo hairstylist Luigi Murenu, que apelidou os penteados de dandelion heads, biting, cotton candy-like e nunlike. A maquiagem ultrafresh, composta apenas de base e corretivo, é assinada por Lucia Pieroni, já que o objetivo é chamar a atenção para as peças e para a apresentação.

Depois do desfile que causou comoção e muitas críticas, o site Style.com postou aspas do estilista: "Sugiro que as pessoas procurem Step Team no Google"; comentário que elucida grande parte da proposta do desfile. De fato, Step Team, ou Stepping, é um tipo de dança percussiva, que mistura batidas dos pés, palavras proferidas e batidas de mãos. Sua tradição remete às danças afro-americanas.

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