O Parlamento da Turquia marcou o Dia Internacional da Mulher nesta quinta-feira ao aprovar um pacote de leis para aumentar a proteção a mulheres e crianças contra a violência doméstica e abusos sexuais. Enquanto tenta aderir à União Europeia, a Turquia - país muçulmano - luta contra tradições e práticas que relegam a mulher a uma posição secundária em uma sociedade ainda com traços patriarcais. Quatro ativistas do grupo ucraniano Femen fizeram um protesto de um minuto em Istambul, seminuas, para mostrar o sofrimento das mulheres nos países muçulmanos. As quatro foram detidas por policiais femininas.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, começou o dia ao discursar em um conferência de mulheres turcas na cidade de Mardin, no sudeste do país. "Nós vamos garantir assistência jurídica e financeira, além de abrigos, às vítimas" de violência doméstica e sexual, disse Erdogan. O Parlamento em Ancara aprovou rapidamente as leis que aumentam as penas para criminosos. Elas permitem que a polícia intervenha mais rapidamente em casos de investigação de violência doméstica, abuso e estupro, além de forçar suspeitos e condenados a usarem pulseiras e tornozeleiras eletrônicas para serem monitorados pela polícia. O Parlamento também prometeu criar mais abrigos para mulheres e crianças vítimas da violência.
Enquanto isso, um protesto e um crime em Istambul atraíam a atenção da mídia. Quatro ativistas ucranianas do grupo Femen, que costumam protestar nuas ou seminuas contra políticos e a respeito de várias causas, fizeram topless em Istambul, protestando contra a violência doméstica que sofrem mulheres na Turquia e em países muçulmanos. Elas gritaram slogans e exibiram faixas e uma tinha a frase escrita em turco: "parem com os ataques de ácido". Policiais femininas detiveram as ucranianas e as levaram em um furgão. Antes do protesto, Inna Shevchenko, outra ativista do grupo, disse que o objetivo era mostrar o sofrimento das mulheres no mundo muçulmano.
"Nossa mensagem para as turcas que celebram o Dia da Mulher é que não esperem apenas que seus maridos tragam flores e chocolates", disse Shevchenko. "Apenas lembrem dos seus direitos. Lutem por eles. Essa é a mensagem", disse a ativista ucraniana. Em 2005, a Turquia mudou seu código penal e removeu muitas leis que discriminavam as mulheres, tornando o estupro dentro de um casamento um crime e proibindo o assédio sexual nos locais de trabalho.
Mesmo assim, mais um crime em Istambul atraiu a atenção da mídia. Diyar Bengitay, mulher azerbaijana de 40 anos e mãe de três filhos, foi morta a tiros por um parente nas ruas. Ela havia abandonado o marido e deixado sua casa após uma briga conjugal, informou a agência estatal de notícias Anatólia. A polícia disse que o parente que atirou contra Diyar é mentalmente instável.
As informações são da Associated Press. (AE)
Via: cruzeirodosul.inf.br
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