Cerca de 215 russos morreram neste ano em um período prolongado de um inverno anormalmente frio, informou o ministro da Saúde nesta segunda-feira, enquanto o número de mortos em toda a Europa aumentou para mais de 600 pessoas.
As fortes nevascas continuaram nesta segunda-feira na Romênia e na Bulgária, mas a onda de frio que congelou grande parte da Europa nas últimas duas semanas começou a abrandar no oeste do continente.
Na Rússia, 215 pessoas morreram e 5.546 sofreram com hipotermia e ulcerações, incluindo 154 crianças, entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro, disse o ministro em comunicado.
Embora os russos estejam acostumados com os invernos glaciais, o país passou por vinte dias de frio incomum, com uma média de 7 a 14 graus Celsius abaixo da temperatura média, segundo o serviço meteorológico estatal. Na tarde desta segunda-feira, a temperatura em Moscou era menos 20 graus Celsius.
Em uma estratégia para protestar pelos preços pagos por ucranianos pelo gás russo, o grupo feminista ucraniano Femen enfrentou o frio corajosamente ao fazer topless em frente às instalações da gigante de gás Gazprom, em Moscou. As mulheres foram afastadas pelos guardas em cerca de 10 minutos, segundo observou um fotógrafo da AFP.
Nas últimas 24 horas, a temperatura mais baixa registrada na Rússia foi de -52,8ºC em Toko, no norte da república Sakha, segundo o serviço meteorológico estatal.
Enquanto isso, na ex-república soviética da Geórgia, as autoridades ofereceram abrigos na capital Tbilisi nesta segunda-feira depois que dois moradores de rua morreram no inverno mais rigoroso em décadas.
"A situação é muito séria, já que há desabrigados envolvidos" disse o prefeito de Tbilisi, Gigi Ugulava, em um comunicado depois de visitar um hospital onde outros três moradores de rua recebiam cuidados intensivos.
As temperaturas caíram para -10º Celsius em Tbilisi no domingo, um recorde na capital em 40 anos, de acordo com a mídia local.
Na Romênia, o número de mortos por causa do frio aumentou para 74 nesta segunda-feira, com quedas de neve atingindo o sul do país.
"Infelizmente ocorreram seis novas mortes devido ao frio, cinco do lado de fora, nas ruas ou pátios e uma em um prédio não aquecido", disse o vice-secretário para a saúde, Raed Arafat.
A neve interrompeu o transporte ferroviário e bloqueou estradas no sul e em Bucareste. Mais de 300 trens de passageiros tiveram suas viagens canceladas, segundo as autoridades.
Na vizinha Bulgária, onde ocorreram fortes nevascas, o jornal Trud desta segunda-feira disse que 47 pessoas morreram de frio ou afogadas desde o final de janeiro, mas não há um número oficial.
Na Bósnia, uma mulher de 84 anos foi encontrada morta em Foca, enquanto em Montenegro um dos 80 passageiros que ficaram presos em um trem pelos últimos três dias morreu de ataque cardíaco.
O número total de mortos nos Bálcãs subiu para 56.
Em Sarajevo, a forte nevasca fez o telhado da quadra de esportes olímpicos de Sakenderijo se romper, mas ninguém ficou ferido.
No estádio de futebol de Grbavica, parte das arquibancadas também ruiu com o peso da neve, segundo um repórter da AFP.
Nas últimas duas semanas, pelo menos 135 pessoas morreram de frio na Ucrânia, 82 na Polônia e 45 na Itália.
Na Europa oriental, as temperaturas começaram a voltar às médias normais de fevereiro.
© ANP/AFP
Via: rnw.nl
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