A "primeira Femen tunisina" já não quer ser Femen

Amina Sboui é considerada a primeira Femen tunisina e a segunda do mundo árabe. Ficou conhecida e associada à organização feminista de origem ucraniana depois de ter escrito sobre o peito e barriga a polémica frase "O meu corpo pertence-me, não serve a honra de ninguém” e de ter publicado uma fotografia do protesto no Facebook. A cabeça e peito descobertos em nome dos direitos das mulheres tunisinas lançaram a polémica e custaram-lhe a liberdade. Mas Amina, 19 anos, recebeu a atenção do mundo.

A fotografia publicada na rede social teve efeitos quase imediatos. Ameaças e mensagens de apoio marcaram as posições sobre quem ousou, enquanto cidadã tunisina, mostrar o peito em protesto pela igualdade das mulheres. Em Maio deste ano, Amina, que se identifica como Amina Tyler, foi detida depois de ter escrito a palavra Femen no muro de um cemitério.

Após a detenção, surgiram várias iniciativas de apoio à tunisina, incluindo da organização feminista. Fotografias de Amina encheram páginas nas redes sociais e em Tunes, três membros das Femen eram detidas por se manifestarem de peito descoberto à porta do Palácio da Justiça. A 1 de Agosto, Amina foi libertada e da prisão trouxe novas acções de protesto pensadas. Quinze dias depois uma nova foto era revelada. Peito descoberto, na boca um cigarro que vai acender uma espécie de cocktail molotov. Na imagem uma nova frase acompanhada pelo símbolo de anarquia: “Não precisamos da vossa democracia”.

Numa entrevista à edição magrebina do Huffington Post divulgada esta terça-feira, Amina mostra-se incisiva e desta fez com as Femen. “Não conheço as fontes de financiamento do movimento. Pedi-as várias vezes a Inna [Shevchenko, líder ucraniana do movimento] mas nunca consegui respostas claras. Não quero estar num movimento onde há dinheiro duvidoso. É Israel que o financia? Quero saber.”

Mas não são só as questões financeiras da organização feminista que são alvo de ataque por parte de Amina. “Não quero o meu nome associado a uma organização islamofóbica”, afirma ao Huffington Post. E explica porquê: “Não gostei da acção em que as raparigas gritaram ‘Amina Akbar, Femen Akbar’ junto da embaixada da Tunísia em França, ou que tenham queimado a bandeira do Tawhid junto à mesquita de Paris. Isso afectou muito os muçulmanos e muito os que me são próximos. Há que respeitar a religião de cada um”.

Amina agradece o apoio manifestado pela organização mas sublinha que nem todas as iniciativas foram boas e que os seus advogados deveriam ter sido consultados antes de algumas acções terem sido realizadas. Segundo a tunisina, houve iniciativas das Femen que prejudicaram o seu caso junto da justiça.

Amina diz que não informou a organização da sua decisão. Quanto ao facto de ter utilizado a imagem de marca das Femen, nudez da cintura para cima, na última foto que divulgou, a tunisina diz essa relação não faz sentido.

Depois das Femen, Amina pondera agora aderir ao movimento Feminism Attack.

Via: publico.pt


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