Túnis, 20 ago (EFE).- A tunisiana Amina Esbui anunciou a vários veículos de imprensa digitais que está renunciando a sua militância no movimento feminista Femen, conhecida por suas ações de protesto de mulheres com os seios à mostra, por considerá-lo "islamófobo".
Amina, que está sendo julgada por "atentado ao pudor", expressou seu desejo de que seu nome não seja associado a uma "organização islamófoba", em entrevista à edição norte-africana do "Hutfington Post".
A ativista, que recentemente publicou uma nova fotografia em que aparece com os seios expostos e com um coquetel molotov na mão criticando a transição democrática que acontece em seu país, reprovou o Femen pela utilização de palavras de ordem como "Amina Akbar" (Amina é grande) ou "Femen Akbar", em relação à máxima "Alahu Akbar" (Deus é grande), usada habitualmente pelos muçulmanos.
Amina também criticou que as ativistas do grupo queimaram em frente à embaixada tunisiana em Paris uma bandeira preta com o lema "Só há um Deus, e Maomé é seu Profeta", máxima proferida no mundo muçulmano.
"Isso incomodou muitos muçulmanos e muitos dos meus parentes. É preciso respeitar a religião de cada um", desabafou.
Amina Esbui ficou famosa quando em março, sob o pseudônimo de Amina Tyler, postou uma foto na internet em que aparecia com os seios expostos para criticar a moral conservadora de seu país, o que provocou a ira dos setores mais extremistas do salafismo tunisiano.
Amina está em liberdade condicional desde o início de agosto, após dois meses e meio em prisão preventiva acusada de "atentar contra o espaço sagrado de um cemitério", por escrever o nome do Femen no muro de um cemitério.
A jovem feminista, de 19 anos, explicou também que tinha abandonado o Femen por considerar seu financiamento "duvidoso" - e que, segundo ela, poderia provir de Israel.
Na página do jornal online "Tunisia Live", Amina reiterou que estava deixando a associação feminista de origem ucraniana e ressaltou que agora é simplesmente "anarquista".
Na semana passada, além de publicar a nova fotografia, a tunisiana foi detida durante várias horas por atirar ovos na fachada do Ministério de Cultura, em uma ação de protesto que foi reivindicada pelo coletivo Ataque Feminista, recentemente criado.
A ação foi feita em solidariedade ao ator Nasreddine Shili, que será julgado por jogar um ovo no ministro da Cultura, Mehdi Mabruk, durante um ato público. EFE
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