Três ativistas do grupo feminista Femen foram detidas em Túnis nesta quarta-feira, na primeira ação topless nos países árabes, para exigir a libertação de uma tunisiana e denunciar a condição das mulheres no país.
Diante de uma multidão de jornalistas reunidos diante do Palácio de Justiça, as três jovens - duas francesas e uma alemã - protestaram aos gritos de "libertem Amina", a ativista tunisiana que está detida à espera de julgamento na quinta-feira em Kairuan por posse ilegal de um spray de autodefesa, um crime que pode ser punido com seis meses de prisão.
"Uma investigação foi aberta e as três serão detidas e levadas à justiça", declarou à AFP o porta-voz do ministério da Justiça, Adel Riahi, sem especificar as acusações.
Na Tunísia, os atentados ao pudor podem ser punidos com seis meses de prisão.
A ação do Femen irritou advogados e pedestres no local. Elas agrediram os jornalistas presentes e alguns repórteres foram detidos.
"Esta é a primeira ação que realizamos no mundo árabe. Preparei esta equipe internacional em Paris e foi enviada ontem (terça-feira) à Tunísia", explicou à AFP Inna Shevchenko, dirigente do Femen em Paris.
Uma jovem tunisiana, integrante do Femen, conhecida pelo pseudônimo de Amina Tyler, foi detida em 19 de maio em Kairuan depois de ter pintado "FEMEN" nos muros do cemitério ao lado da grande mesquita da cidade.
A jovem de 18 anos pode ser condenada a até seis meses de prisão por transportar o spray de autodefesa, além de dois anos de prisão por profanar um cemitério.
Em março, Amina provocou grande escândalo ao divulgar fotos nas quais aparecia com o torso nu.
A família afirma que Amina é uma depressiva crônica e seus pais impediram por muito tempo que saísse de casa, por questões de segurança. A jovem, que acusava a família de sequestro, fugiu em abril e desde então passou a aparecer regularmente em público.
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