Ativistas planejam protesto na Casa de Vidro: "parece zoológico"

Indignadas com a Casa de Vidro, do reality show global Big Brother Brasil 13, três jovens ativistas do movimento Femen Brazil decidiram organizar um protesto, na noite desta terça-feira (8), no local em que o cubo foi instalado, no Santana Parque Shopping, zona norte da capital paulista. Segundo Sara Winter, que organiza a mobilização ao lado de Anna Steel e Amanda Roseo-Alba, o intuito é chamar a atenção das pessoas para a alienação promovida pelas grandes mídias no Brasil.

Em entrevista ao Terra, Sara falou sobre seu espanto ao descobrir que seis pessoas estavam expostas em uma casa de vidro, lutando por duas vagas no programa. “É bizarro, parece um zoológico. Há uma mobilização nacional para esse tipo de programa, mas precisamos chamar a atenção para o povo brasileiro reagir a problemas muito mais relevantes, como os sistemas de saúde e educação, que estão falidos, além da fome e da miséria”, disse ela.

De topless e flores na cabeça, o grupo pretende utilizar cartazes para despertar a reflexão nas pessoas. Isso porque, de acordo com Sara, é necessário causar um “choque” para que o povo passe a pensar em questões que normalmente ficam apagadas no dia a dia. “Através desse choque, fazemos a tentativa de estimular as pessoas a regirem, a reservarem alguns segundos do dia para pensar. É um trabalho de longo prazo, pois é de mudança de cultura”, explicou a ativista.

Programas como reality shows podem ser encarados, segundo Sara, como uma estratégia de desviar a atenção de questões importantes, como a corrupção. A ativista também não deixa de comentar sobre o estereótipo das mulheres que são selecionadas para a atração. “A maioria das meninas é escolhida a dedo, todas muito bonitas, mas de acordo com padrões de beleza. São mulheres perfeitamente esculpidas pelos moldes de beleza ocidentais: magras, altas, com físico atlético, cabelo bem comprido e liso”, descreve.

O grupo, que estudou o local em que a Casa de Vidro está instalada, ainda frisou o fato de que muitas meninas pré-adolescentes, adolescentes, e até crianças, ficam encantadas ao verem a beleza das mulheres reclusas. Segundo Sara, isso acaba, desde cedo, estimulando que as jovens tornem-se reféns dos padrões de estética. “Personalidades públicas devem ensinar a diversidade, pois elas têm um grande poder de persuasão. Isso deveria ser usado para o bem”, destaca.

Apesar de não se declararem contra os reality shows, as ativistas defendem que o modelo desses programas poderiam ser mudados, de maneira a estimular a reflexão para temas importantes. “Por exemplo, na Fazenda (reality show da TV Record), existe um casal de mulheres gays. Isso é muito bom para a população, pois é uma oportunidade de ensinar a tolerância, de falar sobre homofobia. O poder do reality show tem que ser usado para o bem, e não para a grande manipulação em massa”, opina.

Apesar de acreditar que a Globo não impedirá a mobilização, o grupo teme por uma repressão policial. “Estamos sujeitos a todo tipo de repressão, inclusive de outros grupos que não simpatizam com nossa causa, e também da segurança do próprio shopping”, relatou Sara.

 

Via: diversao.terra.com.br


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