Duas integrantes do grupo feminista Femen foram presas em Brasília nesta sexta-feira (7) após invadirem o desfile militar de 7 de Setembro realizado na Esplanada dos Ministérios, com os seios nus. A ação das ativistas ocorreu por volta das 10h30 entre os ministérios do Exército e da Fazenda.
As ativistas Sara Winter e Júlia Kaus foram encaminhadas para a Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações. Segundo integrantes da Polícia Militar - que estavam no local no momento da invasão - as duas integrantes do grupo Femen pularam o gradeado que isolava o público sem a parte de cima das camisas. A dupla protestava em favor da emancipação da mulher brasileira. Para elas, o Brasil ainda é uma "colônia de exploração", sob a ótima feminista.
A presidente Dilma Rousseff conseguiu ser blindada durante o desfile. O esquema foi cuidadosamente montado para impedir que Dilma fosse vaiada ou faixas de protesto pudessem ser vistas por ela. O temor era principalmente que funcionários da Polícia Federal e da Receita Federal, que ainda estão em greve, conseguissem furar o bloqueio e chegassem perto do palanque presidencial, a exemplo do que houve no ano passado.
Desde a madrugada desta sexta-feira, seguranças da Presidência da República ocupavam e protegiam as arquibancadas montadas para o desfile, particularmente as que ficavam nas proximidades do palanque. Vaias, desta vez, só para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quando seu nome foi anunciado pelos microfones. "Vaias? Que vaias? Não ouvi", desconversou ele ao final do desfile.
A Presidência encomendou ainda que fossem colocados tapumes em toda a extensão da Esplanada, para que os protestos, que normalmente ocorrem na pista contrária ao desfile, não pudessem ser vistos ou ouvidos. Esta blindagem a Dilma, comandada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), impediu que a população pudesse chegar perto dos palanques que, em sua maioria, estavam ocupados por servidores do Palácio do Planalto e seus familiares.
Em uma das primeiras arquibancadas na Esplanada, bem longe de onde estava a presidente, representantes do Sindicato dos Policiais Federais conseguiram ocupar o local para protestar. Além de gritar palavras de ordem contra o governo, os policiais federais vaiaram seus colegas que passaram desfilando.
Desta vez, Dilma sequer esperou a apresentação da esquadrilha da Fumaça. Às 11h05, estava deixando a Esplanada. Dezessete ministros acompanharam o desfile ao seu lado, além do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do presidente do Supremo, Ayres Britto. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), também estava no palanque.
A tradicional Marcha contra a Corrupção reuniu cerca de 8 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. O movimento - liderado por estudantes de Brasília - começou após o desfile de 7 de setembro. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam o fim do voto secreto e uma "faxina" no Congresso. O governador Agnelo Queiroz (PT-DF), vaiado durante a cerimônia oficial, também foi alvo do protestos. No ano passado, no auge da "faxina", o ato reuniu aproximadamente 30 mil pessoas.
Via: ne10.uol.com.br
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