‘Femen Brasil não existe mais’, diz líder ucraniana do grupo …

Autoria: UOL.com.br em 18 maio, as 14:35 Em Brasil

Uma das fundadoras do grupo feminista Femen, a ucraniana Alexandra Shevchenko, 25, afirmou em entrevista ao jornal Zero Hora publicada neste sábado (18) que “não temos mais Femen Brasil. A pessoa que nos representava, Sara Winter não faz parte do nosso grupo, tivemos muitos problemas com ela”.
A líder do grupo afirmou ainda que o grupo brasileiro “não nos representa”, sem entrar em detalhes sobre os motivos da decisão de encerrar as atividades no país. Ela disse que em breve uma nova filial do Femen será inaugurada no Brasil.

Na rede social Facebook diversos perfis de grupos feministas comemoraram o término das atividades do grupo no país, que já foi criticado por não se articular com outras entidades e pelos métodos controversos de protesto.

A reportagem do UOL não conseguiu entrar em contato com Sara.

Liderança brasileira

Aos 19 anos, Sara resolveu se articular para criar uma célula do Femen no Brasil. “Fiquei sabendo que o movimento existia na Ucrânia desde 2008, e pensei: ‘Se tem lá, podemos fazer aqui também’. Era minha forma de levar esclarecimento até a população mais simples. Se o feminismo tivesse chegado até a mim antes, eu nunca teria passado por uma situação de violência”, disse.

Prostituição

Antes mesmo de completar maioridade, Sara entrou para o mundo da prostituição. Hoje, ela relata a experiência e luta para combater esse tipo de trabalho por acreditar que não se trata de uma escolha.

“Eu tinha 17 anos e me prostituí por dinheiro para pagar a faculdade (Sara cursava Relações Internacionais) – foram 10 meses. Acho que eu tenho facilidade para abordar esse assunto por ter tido experiência de causa. O Femen, internacionalmente, entende que a prostituição não é uma escolha. A prostituição é um trabalho temporário, ninguém nasce e fala: ‘Quero ser prostituta quando crescer’. Por isso, acreditamos que a prostituição não pode jamais ser considerada uma escolha, ela é uma consequência de um sistema extremamente falido. E eu fui vítima desse sistema”, lembra.