O habitual cortejo em Paris do 1 de maio do emergente partido de extrema-direita francesa Frente Nacional (FN) foi, este ano, alvo de intrusão. Por duas vezes, o foco da atenção dos presentes, das câmaras dos telefones e dos jornalistas saltou de Marine Le Pen, a líder do partido, para as ativistas em “top less” do movimento FEMEN e… de pouco mais se falou nas redes sociais da internet a propósito desta tradição dos nacionalistas da FN.
Le cortège du #1erMaiFN, emmené par MLP_officiel/a, est prêt à partir. a href="http://t.co/fC6sKn00xv"pic.twitter.com/fC6sKn00xv/a/pmdash; Front National (
FN_officiel) 1 maio 2015
A primeira intrusão aconteceu quando Marine Le Pen depositava uma coroa de flores na estátua de Joana D’Arc, heroína do século XV considerada pela FN como um símbolo nacional da libertação francesa do poder estrangeiro.
Duas ativistas em “top less” invadiram o espaço, gritando “heil Le Pen”, uma saudação germânica associada ao nazismo. No corpo, tinham pintada a inscrição “Marine fascista de topo”. Seguranças privados detiveram as ativistas e afastaram-nas do foco do evento.
A segunda intrusão aconteceu no momento em que a líder da FN discursava. Três outras ativistas surgiram, também em “top less”, numa varanda contígua à praça onde decorria o comício. De novo, seguranças privados do partido de extrema-direita colocaram cobro à ação das FEMEN.
Stop Top fascism !#FEMEN against NF pic.twitter.com/s66NSos28d
— FEMEN (@FEMEN_Movement) 1 maio 2015
Marine Le Pen aproveitou, ainda assim, para se dirigir às ativistas de forma irónica: “É um certo paradoxo que se proclamem feministas e que venham aqui atrapalhar um tributo a Joana D’Arc.”
O evento marcou, entretanto, a reaparição de Jean-Marie Le Pen após a polémica antissemita protagonizada há cerca de um mês, quando descreveu as câmaras de gás nazis como “um mero detalhe da história”. Uma declaração que levou a filha e atual líder da Frente Nacional a demarcar-se do pai, numa tentativa de não perder os muitos votos que têm vindo a conseguir para o seu partido nos últimos anos.
L’évocation obsessionnelle des crimes du nazisme disparu depuis 70 ans a pour effet d’occulter ceux du communisme qui durent depuis 100 ans
— Jean-Marie Le Pen (@lepenjm) 3 abril 2015
Fundador desta tradição de 1 de maio e uma figura emblemátia na extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, de 86 anos, esteve, apesar de tudo, no mesmo palco onde Marine Le Pen viria a discursar. Jean-Marie não proferiu uma única palavra, limitou-se a acenar à plateia e depois afastou-se, deixando o brilho para a filha.
Tal como a filha, mas em momentos distintos, Jean-Marie Le Pen também depositou uma coroa de flores aos pés da estátua de Joana D’Arc, a heroína que é o principal motivo desta tradição da FN, que coincide apenas com o Dia do Trabalhador. Este foi o dia que a FN elegeu em 1988 para homenagear Joana D’Arc e enaltecer o patriotismo.
Quanto ao discurso de Marine Le Pen, o alvo voltou a ser o Presidente François Hollande e o antecessor Nicolas Sarkozy, que está a tentar relançar o seu partido, o UMP. “Eles permitiram que uma massiva imigração se instalasse em França. Foram eles que tiraram a espoleta à granada do fundamentalismo islâmico”, acusou a líder da FN, rematando: “Nós estamos certos em tudo.”
"L’immigration légale progresse à un rythme fou : 200 000 personnes par an, déjà sous #Sarkozy, aujourd’hui sous fhollande/a.quot; a href="https://twitter.com/hashtag/1erMaiFN?src=hash"#1erMaiFN/a/pmdash; Marine Le Pen (
MLP_officiel) 1 maio 2015
"L’UMP et le PS sont incapables de prendre les mesures pour protéger notre pays du fondamentalisme islamiste !" #1erMaiFN
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 1 maio 2015
Via: pt.euronews.com
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