Uma ativista de 20 anos afeta ao braço germânico do movimento rebelde FEMEN interrompeu, esta quarta-feira, na Alemanha, a Missa de Natal que se realizava na Catedral de Colónia, um dos mais emblemáticos símbolos da religião católica em todo o Mundo. Como refere a página oficial do grupo de defesa dos direitos da mulher sobre o próprio corpo, num “protesto contra a propaganda sexista do Vaticano”, nomeadamente no que toca ao aborto, Josephine Witt saltou de uma das primeiras filas da catedral, onde se havia sentado de forma estratégica, e, em “topless” (de peito desnudado) e de braços abertos, tomou de assalto o altar da catedral ostentando no corpo a inscrição “I am God” (tr.: Eu sou Deus).
A mulher foi detida pela polícia e, de acordo com o grupo ativista, arrisca numa pena de prisão até 3 anos ao abrigo do Artigo 168 da legislação alemã (Perturbação de ritual religioso). Em resposta, o movimento FEMEN, segundo se lê no próprio “site” do grupo, deixa a ameaça ao alegado “gangue de pedófilos do Vaticano” de que haverá retaliações “se Josephine ser mantiver atrás das grades”. “O Papa não vai conseguir esconder-se do FEMEN atrás de nenhuns guarda-costas nem no ‘Papamobile’. Olho por olho, dente por dente”, remata o grupo.
A Missa de Natal na Catedral de Colónia foi conduzida pelo Arcebispo Joachim Meisner, um conservador e conhecido defensor da moral católica, que festejava 80 anos exactamente a 25 de dezembro. Josephine estava anónima numa das primeiras filas da catedral, encoberta por um casaco de cabedal e um lenço na cabeça, e foi logo no início do serviço que ela passou à ação.
Perante milhares de pessoas que assistiam à missa, a ativista alemã do FEMEN correu para o centro da catedral, evitando alguns seguranças que a tentavam impedir, libertou-se do pano e do lenço. Foi de mamas à mostra e a mostrar a inscrição “Eu sou Deus” no corpo que Josephine subiu ao altar e gritou palavras de ordem “contra a propaganda do Vaticano sobre a criminalização do aborto.”
A polícia deteve a ativista até ao final da missa e abriu-lhe um processo por interrupção de serviço religioso e invasão de propriedade. Josephine Witt, por seu lado, apresentou queixa contra as forças de segurança da catedral por alegada agressão física, das quais terá apresentado lesões. A diocese de Colónia limitou-se a confirmar o incidente e lamentar a perturbação da missa de Natal.
Para Joachim Meisner, em termos pessoais, o incidente terá sido um pouco mais aborrecido. Não só pelo 80.o aniversário que celebrava, mas também porque terá sido a última Missa de Natal que terá conduzido. O conservador arcebispo de Colónia, conhecido por ter comparado em 2005 o aborto ao Holocausto, solicitou ao Papa Francisco que o deixasse afastar-se da liderança da diocese para uma vida mais pacata no seio da igreja alemã.
Via: pt.euronews.com
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