Fundado na Ucrânia pela jovem Anna Hutsol, em 2008, o Femen chamou a atenção do mundo desde seu primeiro protesto, quase uma década atrás. Subitamente, a necessidade de se juntar muita gente em uma só localidade fazendo barulho e carregando bandeiras pareceu ter sumido. A partir de então, bastavam passou a bastar um corpo disposto a receber tinta e a coragem para ir aos locais específicos onde conseguiriam gerar indignação – e, consequentemente, atenção.
Veja em 75 fotos os principais atos do Femen em 2014:
Mas as operações da Rússia de Vladimir Putin no país de origem do grupo levou as ações do Femen a um novo patamar neste ano de 2014. Simulações de assassinato do primeiro-ministro – e até de sexo oral nele –, "banhos de sangue" e ataques a autoridades se tornaram comuns em grandes cidades europeias como Madri e Paris. Com a guerra ucraniana, por sinal, a capital francesa precisou ser transformada na base do grupo, outrora no leste da Ucrânia, ocupado por forças pró-Rússia.
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Além disso, foram mantidos e aumentados os atos contra a violência praticada em mulheres tanto no Ocidente quanto no Oriente. Ação dos islâmicos do Boko Haram, o sequestro de 276 meninas de uma escola nigeriana inspirou protesto em maio; da mesma forma, em outubro, manifestações foram feitas contra a execução por parte do governo iraniano de Reyhaneh Jabbari, condenada por matar um homem que a havia estuprado.
Se não costumam atrair tantos militantes, os atos do grupo, mesmo quando praticados por feministas solitárias, não têm qualquer dificuldade para repercutir, e muito, na mídia. A tática de nudez, aliada ao radicalismo das intervenções artísticas, atrai fotógrafos, repórteres, audiência. Com a base agora no centro da Europa, então, esse interesse só aumenta.
Nos últimos anos, a simpatia pelo grupo foi crescendo. Os atos atravessaram o Atlântico e chegaram a Brasil, México, Argentina. No ano passado, "A Ucrânia Não é um Bordel", primeiro filme sobre o grupo, já ganhou grande atenção. Em agosto deste ano, o Festival de Filmes de Locarno, na Suíça, lançou outro documentário a respeito, "Eu Sou Femen". Novamente, saiu-se bem: posteriormente, exibições ocorreram em outros quatro eventos para cinéfilos – em Israel, Alemanha, Dinamarca e Suécia.
É a prova de que, seis anos após sua fundação, o Femen, mesmo com poucos integrantes e investimentos, segue fazendo barulho e desafiando tabus.
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