Túnis, 21 mar (EFE).- Um grupo do Facebook de seguidoras do movimento feminino Femen na Tunísia foi invadido após a aparição de fotografias de duas tunisianas de seios à mostra, criticadas por um líder radical islâmico que disse que mereciam ser chicoteadas e apedrejadas até a morte.
As imagens das duas jovens foram substituídas por versículos do Corão, por um hacker que se identifica como "Al Angur".
Além disso, a fotografia do perfil foi trocada pelo peito nu de um homem abrindo a camisa com os escritos "Maomé, o enviado de Alá".
As ativistas do Femen se tornaram famosas por suas manifestações provocadoras em defesa dos direitos das mulheres, em muitas das quais aparecem seminuas.
Depois que uma jovem tunisiana, identificada como Amina Tyler, apareceu de seios à mostra na rede social para protestar contra a situação da mulher em seu país, o líder religioso Adel Almi, presidente da organização civil tunisiana de corte salafista "Associação Moderada para a Conscientização e a Reforma", sugeriu que a jovem fosse açoitada e apedrejada.
"Essa jovem, segundo a lei islâmica, merece receber entre 80 e 100 chibatadas, mas o que fez supera isso em muito, por isso merece ser apedrejada até a morte", disse o religioso na segunda-feira passada ao jornal tunisiano "Assabah News".
Para Almi, "seria preciso colocá-la (Amina) em quarentena, porque o que fez pode ser contagioso e ela sofre de uma doença perigosa".
A pena de morte por apedrejamento só é aplicada na tradição jurídica islâmica para casos de adultério.
Após as declarações do xeque, outra tunisiana postou na Internet uma foto sua em solidariedade com Tyler, na qual também aparece com os peitos descobertos e com a frase escrita: "Meu corpo me pertence e não representa a honra de ninguém", mesmas palavras que Amina escreveu sobre a pele. EFE
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