O movimento feminista ucraniano Femen acaba de ser registado oficialmente em França. Em 18 de Setembro, em Paris, terá lugar uma cerimónia de inauguração da sede da associação, que será assinalada com um desfile em topless de ativistas do grupo num bairro muçulmano da capital francesa.
Participantes do Femen, nas suas palavras, irão receber na inauguração da sede francesa “todos os amigos e indefinidos”. Para além do desfile em topless, as ativistas do grupo prometem entreter os convidados com concursos de montagem de motosserras e de lançamento de bolos envenenados.
Na sua opinião, os apelos a que as mulheres muçulmanas dispam suas roupas, pintem o peito nu, são a melhor maneira de atrair atenção para este problema. Em França, onde, segundo diferentes avaliações, vivem cerca de dez milhões de muçulmanos (ou seja, mais de 10% da população), a atividade da organização não é considerada extremista, disse à Voz da Rússia uma ativista do Femen, Inna Chevtchenko:
“O registo do Femen em França significa que o governo do país aceita que este movimento irá existir e efetuar sua atividade no território do país”.
Chevtchenko explicou que o Femen apareceu em França porque no país vivem comunidades muçulmanas. A própria Chevtchenko mudou-se recentemente de Kyiv para Paris, receando ser presa no seu país após ter cortado uma cruz ortodoxa de madeira de vários metros no centro de Kyiv com uma motosserra. As sextremistas qualificam seus protestos como um “teste à democracia”:
“Somos um movimento internacional. Abrimos uma base em França, aonde virão ativistas de todo o lado – da Europa, Ásia, América – para estudar a estratégia e tática do Femen. Vamos operar no território da Europa de Leste e Central, da América, do Brasil. Pretendemos estender a nossa atividade a todo o mundo”.
A propaganda do nu pode indignar não apenas os muçulmanos franceses, sobretudo no pano de fundo de protestos causados pelo filme sobre o profeta Maomé. Contudo, as autoridades locais não admitirão distúrbios, considera Serguei Fiodorov, colaborador do Instituto da Europa da Academia de Ciência da Rússia:
“Se tais espetáculos extremistas tiverem lugar em França, as autoridades, apesar da retórica de condenação de ações das autoridades russas em relação ao grupo Pussy Riot, irão resolver rapidamente este problema, não deixando que tais atos se propaguem pelo país. Aqui é habitual a prática de padrões duplos. É pouco provável que estas meninas atuem à vontade no território de França”.
Ativistas do movimento já conseguiram realizar várias ações na Europa. Em Milão, fizeram fracassar um desfile de Versace, cortando a entrada na sede da companhia e gritando e pintando no seu corpo lemas como Moda é fascismo, Modelos não vão a bordéis. Em Zurique, bloquearam o trânsito numa autoestrada, gritando seminuas A mulher não é uma mercadoria. Na véspera da abertura do Euro-2012, representantes do movimento fizeram cair do pedestal em Kyiv a copa (taça) destinada à equipe vencedora, manifestando-se contra a organização do campeonato da Europa na Ucrânia, que, na sua opinião, faz propaganda do turismo sexual.
Via: portuguese.ruvr.ru
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